NÃO TENTE ME ENTENDER,
SOU UM PARADOXO DE MIM MESMA.
VIVO ENTRE O ÓDIO E O AMOR,
A ALEGRIA E A TRISTEZA,
ENTRE O SONHAR E O DESPERTAR,
EXTREMIDADE DE UM ÚNICO FIO,
FACES OPOSTAS DE UMA MESMA MOEDA.
E EM CADA PONTA ME LANÇO PROFUNDAMENTE NO ABISMO DE SENTIR.
DEIXE-ME APENAS FALAR,
POIS QUE NO INSTANTE SEGUINTE, HÁ O ALÍVIO APÓS O GOZO,
E ENTÃO RESPIRO
E VOLTO A MESMICE DO MERIDIANO.
DEIXA-ME PORTANTO AQUIETAR O CORAÇÃO.
VIVO NO COMPLEXO MUNDO DO EXISTIR,
ONDE CADA PEQUENO FRAGMENTO CONSTRÓI A MINHA ALMA QUE GIRA NUMA VELOCIDADE TÃO INTENSA QUE SÓ VEJO AS FAÍSCAS DO ATRITO.
O QUE CORRÓI EM MIM É ESSA CONSTANTE INSATISFAÇÃO COM O MUNDO.
É O CANSAÇO DE TENTAR ADAPTAR-ME,
POR ISSO SAIO DE MIM,
SIMPLISMENTE SOU,
POR NÃO CABER EM MEU CORPO.
TENTO A NORMALIDADE,
ACOMODO-ME A UMA EXISTÊNCIA APARENTEMENTE SIMPLES,
ATÉ O LIMITE ELÁSTICO
PARA ARREBENTAR-ME EXTRAVAZANDO SENTIMENTOS.
MINTO QUANDO DIGO ODIAR-TE.
O MEU ESQUECIMENTO VAI A FRENTE DISSO,
O MEU AMOR É MAIOR.
SOU COMO CLARICE: CALEIDOSCÓPICA.
COMO ANAIS E FRIDA: INTENSA.
NÃO TENTE ME ENTENDER.
APENAS SINTA-ME E
DEIXE-ME EXISTIR.
